A chuva caiu sobre a janela dos meus olhos, deixei de te ver só com felicidade pois o mundo ensinou-me a chorar com ele as coisas boas que sempre se evaporam com o nascer do dia. Noites de entrega cúmplice, os olhos a arder por uma descoberta que, jurámos, iria durar a vida inteira. Longe daqui e das palavras que calam o amor.
Ouvi essas mãos, no abraço apertado da verdade, sublinhar com tinta permanente um espaço só nosso, espécie de refúgio contra a planície quotidiana. A respiração da noite no teu ombro e um arrepio de necessidade, daquelas que te fazem engolir o outro para sobreviver.
De dia, nos dias que se seguem, ouço a marcha do teu toque. E afinal a memória é um lugar de desejos.
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