janeiro 29, 2010

Na noite do amanhã

Vejo a tua vida numa lateral do meu coração,
abrigo-te de um mundo onde não me sabes,
invento-me com o corpo da tua ausência,
és sangue de um sonho que move,
céu de um amanhã nocturno,
coração de papel na minha mão estendido.

Sei-te só como eu, os teus olhos são-me,
presos a um céu que há-de vir pelos braços,
coração de papel na minha mão, estendida, (tu).
Há-de ser pela espuma branca do teu sangue,
és um sonho que se move na massa apaixonada,
um homem desaba nos caminhos do (teu) corpo, desejo.

Vira-se. Hoje, noite de mansidão, vem fogo (que),
o papel queima-(o) para sobreviver, move-se,
uma lateral ao incêndio que veio com a noite,
Sei-te nua como eu, artesã de um amanhã
nativo em mim, branca como a paixão
ampliada no mundo sonhado que há-de vir, ao (teu) lado.

O saber-te para lá, dentro de uma caixa
sem fundo, abrigo de fantasia celestial,
minha mão na poesia do teu corpo de papel,
o meu fogo a povoar a sombra de um sonho,
centro de calor-amor, nocturna a vontade de
descer ao fundo da alma, ao teu lado.

Vejo, sei, sinto, no coração, centro de mim.
.................................que me (amas).

2 comentários:

Jo disse...

Verdadeiramente genial!
Obrigada:)

André Mesquita disse...

Obrigado eu, Joana. :)