A contaminação da arte pela vida. A cristalização de cenários. Eu a dizer a plenos pulmões que a minha máquina vai parar o fim disto, aqui, imperecível. Os ficheiros que guardo ficam sobretudo abrigados da máquina do esquecimento que não sabe usar o "flash" e desfoca-nos a permanência. O aparelho tem sete "gigabytes" de reserva, caramba. Vou fazer das imagens que capturo um apêndice da minha memória, aquela que fica dentro do coração. Um dia, se o alzheimer da partilha me atacar, vírus comum, vou a correr bater à porta do cartão de memória digital e peço-lhe um espaço para mim. São sete, um é para mim. Assim, aos poucos, vou reconquistando a minha vida elencada em representações pessoais, em gritos de intemporal-idade. Fotografia, arma contra a decomposição do "eu". A minha máquina sou eu a esgrimir contra mim mesmo, mais à frente, distraído.
Alteração do tempo via aprofundamento.
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